Essa letra às vezes representa bem o que eu sinto quando fico a semana toda longe da Sá:
"Cold, lying in my bed, staring into darkness
Lost, I hear footsteps overhead, and my thoughts return again
Like a child who's run away and won't be coming back
Time keeps passing by as night turns into day
I'm so far away and so alone
I need to see your face
To keep me sane, to make me whole"
Dream Theater - Endless Sacrifice
Às vezes me sinto bem solitário...
domingo, março 26, 2006
segunda-feira, março 20, 2006
Sol da Manhã
(texto inspirado no estilo literário de Sarita de O. M. da Silva)
Em mais uma manhã ela está em sua varanda, às 08:00. Os raios de sol insistem sofregamente em entrar varanda adentro, apesar de não aquecerem realmente, pois o frio consegue suplantar qualquer tentativa de aquecimento. Mas o seu médico disse que ela precisava tomar sol, e tinha que se da manhãzinha, pois faria melhor a ela. Então assim ela obedecia à recomendação do médico, apesar de não a agradar muito. Não porque ela não goste de acordar cedo, porque já está acostumada, e aos 78 anos não se consegue dormir muito mesmo... e sim porque nunca a agradou mesmo tomar sol. Sempre teve a pele branca, orgulhava-se de se sentir alva. Também nunca fora preconceituosa, simplesmente reconhecia que a pele branca também era bela, apesar de viver em uma época onde a exaltação de raças ditas “não-dominantes” era costumeira. E também sabia que raças não existiam...
Sempre evitou praias. Piscinas só se fossem cobertas. O sol envelhecia a pele e não a deixava branca como gostaria. Além de todos aqueles outro argumentos sobre câncer de pele e etc. E finalmente, na última curva, ela dependia (em parte) do sol, com quem ela sempre lutou a vida toda. Mas a essa altura não sentia mais vontade de lutar. Os anos a ensinaram que algumas batalhas devemos perder, senão nunca se ganhará a guerra. E também a sua pele havia envelhecido independente do sol.
Agora ela pensa se valeu a pena esse esforço. Quantas praias deixou de ir, quanto finais de semana ao lado do rádio em vez de estar nadando em uma piscina com seus primos. Tudo em nome de algo que seria inevitável. Mas ela preferia pensar que de um certo modo foi feliz, cultivando algo que a orgulhava.
Já eram 09:30 e ela deveria se recolher à sua rotina. À espera do sol da manhã seguinte, que talvez a trouxesse o alivio que procurou sentir a vida toda: venci a guerra!
(texto inspirado no estilo literário de Sarita de O. M. da Silva)
Em mais uma manhã ela está em sua varanda, às 08:00. Os raios de sol insistem sofregamente em entrar varanda adentro, apesar de não aquecerem realmente, pois o frio consegue suplantar qualquer tentativa de aquecimento. Mas o seu médico disse que ela precisava tomar sol, e tinha que se da manhãzinha, pois faria melhor a ela. Então assim ela obedecia à recomendação do médico, apesar de não a agradar muito. Não porque ela não goste de acordar cedo, porque já está acostumada, e aos 78 anos não se consegue dormir muito mesmo... e sim porque nunca a agradou mesmo tomar sol. Sempre teve a pele branca, orgulhava-se de se sentir alva. Também nunca fora preconceituosa, simplesmente reconhecia que a pele branca também era bela, apesar de viver em uma época onde a exaltação de raças ditas “não-dominantes” era costumeira. E também sabia que raças não existiam...
Sempre evitou praias. Piscinas só se fossem cobertas. O sol envelhecia a pele e não a deixava branca como gostaria. Além de todos aqueles outro argumentos sobre câncer de pele e etc. E finalmente, na última curva, ela dependia (em parte) do sol, com quem ela sempre lutou a vida toda. Mas a essa altura não sentia mais vontade de lutar. Os anos a ensinaram que algumas batalhas devemos perder, senão nunca se ganhará a guerra. E também a sua pele havia envelhecido independente do sol.
Agora ela pensa se valeu a pena esse esforço. Quantas praias deixou de ir, quanto finais de semana ao lado do rádio em vez de estar nadando em uma piscina com seus primos. Tudo em nome de algo que seria inevitável. Mas ela preferia pensar que de um certo modo foi feliz, cultivando algo que a orgulhava.
Já eram 09:30 e ela deveria se recolher à sua rotina. À espera do sol da manhã seguinte, que talvez a trouxesse o alivio que procurou sentir a vida toda: venci a guerra!
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